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OPINIÃO: Quem sou? De onde vim?Por que vim? Para onde vou?

Escrevo hoje sobre o surgimento do Espiritismo marcado pelo lançamento, em 18 de abril de 1857, em Paris, de O Livro dos Espíritos, completando, amanhã, portanto, 162 anos. Apesar de muito contestado e ainda muito atacado por religiões bíblicas, ele foi, ao longo do tempo, se sedimentando através de evidências e de fatos, associado à fragilidade das explicações oferecidas pelas outras correntes religiosas não somente de outras épocas, mas também, e muito principalmente, da época em que estamos vivendo, na medida em que, baseado na observação e na racionalidade, deixa de lado o sobrenatural e o fantástico para repousar na análise sistemática dos fatos através de um estudo profundo e sem verdades impostas. Para quem observa com isenção a sua trajetória desde o seu surgimento até aqui vai perceber um fenômeno até então não visto na história das filosofias, qual seja a rapidez de sua propagação. É sabido que o Brasil é o país com maior número de espíritas, mas, é verdade também que, gradativamente, ele granjeia simpatizantes em todas as partes do mundo, fundamentalmente no mundo ocidental, em que o fundamentalismo religioso permite a liberdade de pensamento e prática religiosa, o que, diga-se de passagem, não acontecia, inclusive no Brasil, há poucas décadas atrás, quando o Espiritismo e seus adeptos eram perseguidos por, supostamente, exercerem práticas demoníacas.

O Espiritismo como religião, e é preciso que fique claro isso, não deve ser entendido como um sacerdócio organizado e remunerado. Ao contrário, ele é ação e trabalho voluntário em favor do próximo e de nós mesmos. Seus adeptos sabem que não devem existir quaisquer tipos de hierarquias de subordinação nas casas espíritas. O Deus ensinado nas hostes espíritas não é o que castiga, não tem competidor no mal e é infinito em todas as virtudes. É o Deus que para ser compreendido exige que o homem se alcance como pessoa e que todos os dias faça seu nascimento pelo conhecimento, pelo entendimento e pelo fazer. A doutrina trazida pelos espíritos superiores, que teve como intermediário principal Allan Kardec, trouxe a lume o Deus infinito em amor, bondade e perdão. O mesmo Deus que criou o Universo e o próprio homem e não o deus criado pelo homem. A proposta espírita baseia-se em três aspectos fundamentais: filosófico, científico e religioso. Filosófico porque analisa e explica de forma lógica e racional a origem e destino do homem refletindo sobre as causas dos infortúnios humanos. Científico porque fornece comprovações não somente sobre a imortalidade do espírito, mas, também, sobre o intercâmbio entre os planos material e espiritual. E religioso porque trata do aspecto moral do ser humano, fruto do seu livre arbítrio dentro da lei de causa e efeito. No Universo, nada acontece por acaso, pois que tudo tem um propósito, um objetivo, ainda que pela nossa pequenez espiritual, não saibamos compreender. Cada vez mais o Espiritismo caminha na direção do estudo contínuo transformando o antigo centro espírita em que as pessoas iam para "tomar" um "passe", em um local onde proliferam grupos de estudos em busca do conhecimento que liberta. Exatamente por isso, há 162 anos, ele é, para quem o procura, um farol com luz clara e brilhante que nos fornece subsídios para que compreendamos melhor os acontecimentos à nossa volta, nos fazendo ver, através do uso da razão, a fundamental necessidade de compreender antes de crer. É através dessa compreensão, chamada de Fé Raciocinada, que encontramos nele, sem subterfúgios e nem respostas vagas e evasivas, explicações carregadas de lógica e racionalidade.

O Espiritismo não é misterioso e nem iniciático. É uma conduta de vida que pode ser compreendida por toda e qualquer inteligência. Em face disso, nota-se um aumento de pessoas oriundas de outras religiões que trazem, às vezes guardadas por anos a fio em seu íntimo, questionamentos das mais diversas ordens e que enxergam nele uma doutrina aberta e progressista para compreenderem melhor quatro dos grandes enigmas existenciais: Quem sou? De onde vim? Por que vim? Para onde vou?

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